𝗢 𝗕𝗥𝗔𝗦𝗜𝗟 𝗻𝗮̃𝗼 𝗲𝘀𝘁𝗮́ 𝘀𝗲𝗻𝗱𝗼 𝘃𝗲𝗻𝗱𝗶𝗱𝗼… 𝗘𝘀𝘁𝗮́ 𝘀𝗲𝗻𝗱𝗼 𝗘𝗡𝗧𝗥𝗘𝗚𝗨𝗘 𝗮̀ 𝗖𝗛𝗜𝗡𝗔!
O Brasil está vendendo seus recursos naturais, muitas vezes em sua forma bruta, e não os industrializa, devido a uma combinação de fatores econômicos, políticos e geopolíticos, conforme as fontes fornecidas:
1. 𝙁𝙖𝙡𝙩𝙖 𝙙𝙚 𝙂𝙚𝙧𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 𝙙𝙚 𝙑𝙖𝙡𝙤𝙧 𝘼𝙜𝙧𝙚𝙜𝙖𝙙𝙤: 𝙊 𝘽𝙧𝙖𝙨𝙞𝙡 𝙚́ 𝙘𝙧𝙞𝙩𝙞𝙘𝙖𝙙𝙤 𝙥𝙤𝙧 𝙣𝙖̃𝙤 𝙨𝙖𝙗𝙚𝙧 𝙘𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙭𝙥𝙡𝙤𝙧𝙖𝙧
corretamente seus recursos e, especialmente, como transformá-los em produtos com valor agregado. Em vez disso, o país vende matérias-primas como soja ou minérios a preços baixos, e depois importa produtos industrializados feitos a partir de suas próprias matérias-primas, mas por um valor muito mais alto. Isso é considerado uma dinâmica que “fragiliza a soberania econômica do estado e a sustentabilidade ambiental e alimentar”.
2. 𝘼𝙦𝙪𝙞𝙨𝙞𝙘̧𝙖̃𝙤 𝙙𝙚 𝘼𝙩𝙞𝙫𝙤𝙨 𝙀𝙨𝙩𝙧𝙖𝙩𝙚́𝙜𝙞𝙘𝙤𝙨 𝙥𝙤𝙧 𝙀𝙢𝙥𝙧𝙚𝙨𝙖𝙨 𝙀𝙨𝙩𝙧𝙖𝙣𝙜𝙚𝙞𝙧𝙖𝙨, 𝙀𝙨𝙥𝙚𝙘𝙞𝙖𝙡𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚 𝘾𝙝𝙞𝙣𝙚𝙨𝙖𝙨:
◦ Níquel: Uma estatal chinesa (MMG, subsidiária da China Minmetals) adquiriu o controle de mais de 50% da produção de níquel brasileira e quase 100% do ferro-níquel. Essa aquisição envolveu complexos em Goiás, Mato Grosso e Pará. A venda da Anglo American para a MMG ocorreu por US$ 500 milhões, apesar de uma oferta de US$ 900 milhões de outra empresa (Corex, ligada a um grupo turco), levantando questionamentos sobre a economicidade e possíveis prejuízos ao patrimônio público. O níquel é um material estratégico usado em baterias, veículos elétricos e aço inoxidável.
◦ Outros Minerais: Há também exemplos de empresas chinesas adquirindo direitos de mineração para lítio (pela BYD, para baterias) e minas de estanho na Amazônia (pela China Nonferrous Metal Mining Group – CNMC/Taboca), com a localização próxima a uma “promissora reserva de urânio”.
◦ Infraestrutura para Exportação: Investimentos chineses em infraestrutura, como o projeto do corredor bioceânico e ferrovias, são vistos como facilitadores da extração e exportação de minerais e produtos agrícolas brasileiros para a China a baixo custo, com a China controlando toda a cadeia logística, desde a mina até o porto e o transporte marítimo. Isso reduz os benefícios econômicos para o Brasil em termos de serviços de transporte ou valor agregado.
3. 𝙁𝙖𝙡𝙩𝙖 𝙙𝙚 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙤𝙡𝙚 𝙂𝙤𝙫𝙚𝙧𝙣𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙖𝙡 𝙚 𝙄𝙢𝙥𝙡𝙞𝙘𝙖𝙘̧𝙤̃𝙚𝙨 𝙂𝙚𝙤𝙥𝙤𝙡𝙞́𝙩𝙞𝙘𝙖𝙨:
◦ Ausência de Fiscalização: Há críticas de que o governo brasileiro não exerce controle adequado sobre a transferência dessas concessões minerais estratégicas, mesmo sendo as minas de propriedade do estado.
◦ Dependência Econômica: A venda de recursos para estatais chinesas é interpretada como um aumento da dependência econômica do Brasil em relação à China e um alinhamento com a esfera estratégica do Partido Comunista Chinês, em detrimento do multilateralismo.
◦ Influência Chinesa: Essa atuação se insere em um contexto mais amplo da política externa chinesa em países em desenvolvimento, onde contratos de empréstimos chineses podem conter cláusulas que permitem a interferência em assuntos internos e externos dos países devedores, como observado em nações da América Latina e África.
4. 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙨𝙩𝙚 𝙘𝙤𝙢 𝙄𝙣𝙫𝙚𝙨𝙩𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤𝙨 𝙊𝙘𝙞𝙙𝙚𝙣𝙩𝙖𝙞𝙨:
◦ Enquanto os EUA são o maior investidor externo no Brasil, seus investimentos são diversificados e focados em indústrias e serviços de alta complexidade (setor financeiro, manufatura, automobilístico), que geram empregos e valor agregado dentro do país. Isso é contrastado com os investimentos chineses, que são caracterizados por um foco maior na extração de recursos e na infraestrutura de exportação.
Em resumo, as fontes indicam que o Brasil está vendendo seus recursos naturais em grande parte devido a decisões que priorizam a exportação de matéria-prima em detrimento da industrialização doméstica, resultando em perda de valor agregado potencial, aumento da dependência econômica e questionamentos sobre a soberania nacional.